sábado, 15 de maio de 2021

Terceira via: mais civismo e menos narcisismo.

                                      João Wagner Galuzio 

Em redes sociais, por mais de uma vez me inqueriram em quem eu votaria, se não fosse no mecânico sindicalista ou no soldado nacionalista? Penso, se me permitem,  menos num nome e muito mais numa atitude, do candidato e dos cidadãos.

Minha opção, via de regra, é não votar em sujeitos que se apresentam como salvadores da pátria, estejam à direita ou à esquerda.

Não acredito em candidato que "joga para a galera"... que fala o que as pessoas gostam de fantasiar, para se esconderem de seus medos. Oferecem soluções fantásticas dizendo: vou resolver tudo no meu mandato... sou o melhor. Se apresentam como infalíveis.

Uai, caramba, é condição natural de ser humano, ser falível. Saber reconhecer nossos limites é meio caminho para o caráter honesto. Falar a verdade implica, inclusive (e especialmente), dizer das decisões graves e impopulares, que são indispensáveis, mas isso não dá voto...

Em nossa adolescente democracia gostamos de ouvir soluções mágicas (e simplistas) que "atendem" (#SQN) nossos desejos mais mesquinhos e, iludidos mantemos nossa mente em uma zona de conforto com falácias ou nacionalistas, ou socialistas. 

Duas utopias ingênuas, próprias de quem é imaturo emocionalmente, a primeira porque é xenófoba e odeia a diversidade, a segunda porque, querendo a diversidade, patrocina um tratamento único para todos, confrontando classes e coletivos, essencialmente diferentes entre si.

As duas não admitem a liberdade, o nacionalismo só reconhece "a fala" dos que pensam igual, enquanto a outra utopia quer impor aquele tratamento isonômico, mas odeia o debate quando fraciona os cidadãos por "lugar de fala"...

Lembrando que nacionalismo não é patriotismo. Hitler, Mussolini e Trump são alguns estandartes do nacionalismo burro e egoísta.

Outro aspecto grave da nossa ingênua democracia é essa necessidade de indicarmos um certo 'quem' ... nosso sistema político não está estruturado em ideologias e, ou, propostas de nação com partidos fracos e frouxos.

Prevalecem os indivíduos acima dos partidos que parecem menos agremiações ideológicas e se parecem muito mais com franquias mercadológicas: 

O que você quer? Faça seu pedido! Emprego? Nossa franquia é a melhor, até o nome da marca envolve trabalho.

Ah você quer educação? Nossa marca é especialista em adestramento moral.

Essas 'franquias' não têm líderes partidários, mas donos que se comportam como 'reizinhos' desde as capitanias hereditárias.  Não há desenvolvimento de novas lideranças, inauguram dinastias.

Esse modelo é ao mesmo tempo causa e efeito da miopia estrábica de eleitores que, ora nos comportamos como clientes dessas franquias (partidos), ora como torcedores.
Mais ou menos engajados (os clientes) ou mais ou menos fanáticos (os torcedores).

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