quinta-feira, 27 de junho de 2013

Otimista! Eu? Para não dizer que não falei das cores..

João Wagner Galuzio
Escrevedor e Cantador

A etimologia do meu sobrenome, vítima de sucessivas modificações desde o Século XVIII, remete longinquamente a Candusus, variação de Candidus que, por sua vez, deriva do Latim Candidum para significar o limpo, o puro e, no caso das pessoas, o ingênuo. Voltaire, por aqueles tempos, escreveu uma de suas obras mais conhecidas, o satírico "Cândido" também conhecido como "O otimismo". Parece até que ele conheceu o meu tataravô. 

Brasileiro, sou poliano que alegre vivo e acredito no mundo real através do virtual, ou televisivo ou cibernético, como brother protegido em minha redoma, coadjuvante de minha própria existência. Sou o que é confortável que os outros pensem que sou e uso a farda de minha tribo. Qualquer que seja ela, a da gravata ou a do skate, “emo” ou punk qualquer razão me satisfaz. Pertencimento é tudo o que eu quero, a invisibilidade social me atordoa e, se anônimo, pareço não existir.

Diversamente ao meu irmão virtual, o Hilário Delírio, que só quer saber de amenidades e de prosa fácil. Eu, Cândido, me candidato aos temas mais tensos, intensos e extensos. E dizendo candidato eu redundo, pois que candidato lá na origem representa o jovem inocente aprendiz que, vestido de branco, se inicia em sua carreira profissional assistindo aos sêniores. Perfeita descrição de nossos candidatos às casas do povo, nós que somos, ou deveríamos ser os seus sêniores.

Otimista, idealista e manso, acredito no melhor dos mundos num esforço imenso para me livrar das cores, as mais diversas, que na política contaminam a consciência e ideologizam suas espécies de verdade. Vá lá, da extrema direita à extrema esquerda, é impagável para não dizer insuportável ver e saber, como distorcem, negam ou generalizam fatos e versões à sombra de suas opiniões.


Desde já e, por óbvio, sei que não vou a todos agradar. Os fanáticos irão mesmo me odiar. Se se vires me amaldiçoando, desconfia ó vítima infeliz, que tu és teu próprio vilão. Hoje, candidato – entende? Quero ser, quando crescer, um arremedo de Paulo Francis que diria: “Não vim aqui para esclarecer, mas para confundir.”

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