João Wagner Galuzio
Bolsonaro e Pazuello, vocês tinham até ontem, como referência, uma aberração que jamais leu um relatório de inteligência e, ou, reportes de estratégia internacional e bastante menos orientações científicas em geral e relativas à pandemia, em particular. Quase idiota, o primata chegou a sugerir a injeção intravenosa de desinfetantes, para 'curar' a doença. Diante do olhar estupefato dos que assistiam a cena, ratificou, "É sério, precisa ser estudado!"
Disse por diversas vezes que tudo estava sob controle e que logo iria desaparecer como milagre. No final da sua campanha para se reeleger, gesticulava freneticamente movimentando a mão aberta de cima para baixo como se estivesse cortando algo, para indicar que tudo seria encerrado rapidamente. Nunca apresentou uma ação ou critério, objetivos, que justificassem suas afirmações. Tudo se resumia a predicados tão retumbantes quanto prepotentes, sobre qualquer tema, encerrava: terrific, tremendous, superb, fantastic, excellent, gorgeous etc. Fato zero, fake 100.
Desde ontem, "inauguration day" um novo presidente se instalou na Casa Branca, e no dia seguinte de sua posse, apresentou agora para toda a nação, um arquivo em pdf que pode ser baixado no site https://whitehouse.gov um Plano Estratégico (200 páginas) com os 7 objetivos a serem enfrentados, a saber:
Meta 1: Restaurar a confiança do povo americano;
Meta 2: Montar uma campanha de vacinação segura, eficaz e abrangente;
Meta 3: Mitigar a propagação expandindo o mascaramento, testes, tratamento, dados, força de trabalho e padrões claros de saúde pública.
Meta 4: Expandir imediatamente o alívio de emergência e exercer a Defesa Lei de Produção.
Meta 5: Reabrir escolas, empresas e viagens com segurança, enquanto protege os trabalhadores.
Meta 6: Proteger aqueles que estão em maior risco e promover a equidade, inclusive racial, linhas étnicas e rurais / urbanas.
Meta 7: Restaurar a liderança dos EUA globalmente e criar uma melhor preparação para ameaças futuras.
Note-se que no melhor estilo de gestão organizacional em alto nível, a última meta é, ao mesmo tempo, uma eventual primeira meta para potencial e provável crise futura.
Então Srs. Jair e Eduardo, quando no futuro quiserem dizer de algo parecido com um plano.... considerem o Sr. Biden como referência e esqueçam aquela ameba laranja.
Ficar dizendo que há um plano e, muito pior, dizer que o plano foi lançado sem que ninguém tivesse tido o mais tênue vislumbre do que fosse isso, com indicações risíveis como: "Vai começar no dia D, na hora H" é piada de muito mau gosto. Essa afirmação só encontra comparação na máxima da 'presidenta': "Nós não temos uma meta, mas quando alcançarmos a meta, vamos dobrar a meta."
Também não é divertido esse diversionismo de lançar balões de ensaio para confundir a nação, diante de vossa inação. Não são as forças armadas que determinam se prevalece a ditadura ou a democracia ou, a suma bravata de seu procurador geral travestido de advogado criminalista, ensaiando sobre a antessala do estado de defesa.
Em vez de factoides, considere a hipótese de trabalhar, tenho certeza de que encontrará funcionários de carreira capazes de elaborar um rascunho responsável e pragmático para, minimamente, os orientar e, quem sabe, tenham coragem e competência para seguir e compartilhar com todos.



