João Wagner Galuzio
Agora em 12 de janeiro de 2021, soubemos, oficialmente, que a eficácia global da vacina desenvolvida pela Sinovac em parceria com o Instituto Butantan no Brasil e mais outros experimentos na Turquia e Indonésia, obteve como resultado de eficácia global 50,38%.
O meu grifo em “oficialmente” se justifica por
sabermos, desde meados de dezembro, que esses eram os números, não houve novidade
ou ineditismo[1].
De fato, esse anúncio só foi adiado em virtude dos resultados diferentes
obtidos na Turquia que apontou 91,25% de eficácia para a mesma vacina. Essa
variação tão grande fez o laboratório Sinovac solicitar prazo adicional para
verificar e, retificar ou ratificar os números, eles finalmente ratificaram os
números do nosso Instituto Butantan.
Só isso, para
mim, já seria suficiente para atestar a coerência e confiabilidade dos
protocolos adotados pelo nosso instituto. Escândalo talvez pudesse se instalar
onde o resultado foi muito superior, afinal, os noventa e um por cento se
confirmaram ou não?
Duas hipóteses principais
remanescem: A) Os resultados são diferentes mesmo, em boa parte em virtude do
perfil dos voluntários que participaram dos estudos ou; B) Talvez os resultados
por lá que devessem ser auditados, sem entrar no mérito de eventual influência
política do autoritário poder central que ali prevalece.
Nem vou me
estender com o presidente-tenente-jacaré, certo que estou de que sua fingida
ignorância atende a um único objetivo, manter o adestramento de seus
lagartinhos. Imputável, ele será devidamente responsabilizado pela história
como desqualificado que é para assumir responsabilidades à altura de seu cargo.
Por outro lado,
me aborreço com a manipulação frouxa da comunicação trouxa que fez uso
marqueteiro da ciência séria. Tivéssemos realizado os resultados naquele
momento e formalizado desde lá o uso emergencial, poderíamos estar sendo
vacinados desde o natal passado mantendo-nos como referência mundial de
imunização. Não faltava urgência e nos sobrava experiência para iniciarmos a
vacinação.
O que dizer de
políticos e eleitores ingênuos que “celebram” o suicídio de um voluntário durante
a fase de testes e fazem estardalhaço com estatísticas que não entendem? Não
somassem mais de 200 mil fatalidades seriam apenas anedota, como os números são
implacáveis, excederam todas as quotas. Esse jacaré é coerente ao menos na sandice,
assim como faz sua cruel e indefensável apologia à tortura, espreme os números
até que confessem o que lhe convém, assim como ele quer entender.
50 ou, 78 ou,
90% não são expressões de uma competição, mas os parâmetros necessários para se
definir estratégias para se implementar um Plano Nacional de Imunização – PNI,
o dia D da hora H, ficou em 2020 e ninguém percebeu.
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